Em continuidade do projeto Um escritor me inspira, Mario Quintana, poeta, tradutor e jornalista brasileiro do Rio Grande do Sul. julho de 1906 – maio de 1994.
Poema deixe me seguir para o mar
Deixa-me seguir para o mar Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar-se um fantasma... Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo... Em vão, em minhas margens cantarão as horas, me recamarei de estrelas como um manto real, me bordarei de nuvens e de asas, às vezes virão em mim as crianças banhar-se... Um espelho não guarda as coisas refletidas! E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, as imagens perdendo no caminho... Deixa-me fluir, passar, cantar...
Para superar a perda do filho querido
Armindo sabe que não há mágica.
Era um processo que exigia dele muito esforço.
Jamais esqueceria o dia do trágico acidente.
Teria que se esforçar para voltar a ser o que sempre foi.
Mudaria com os outros filhos para perto do mar.
Reorganizaria sua vida, apesar da dor.
Haveria de encontrar força.
Sabia que o seu destino era seguir...