sexta-feira, 13 de maio de 2022

Uma Imagem- Um Conto- Maio


Em continuidade a série que iniciou em 2021 para contemplar as imagens do calendário de reproduções de pinturas originais realizadas com a boca ou pés, com nome dos pintores, Norma nos convida a escrever um conto.

Rebeca conheceu Lucas no aniversário de uma amiga. 
A amizade entre os dois virou afeto e o afeto se transformou em amor.
A moça alugava um pequeno apartamento próximo da casa do rapaz.
Chegou o dia em que ela precisava renovar o contrato do aluguel.
Comentou o fato com o namorado durante um passeio .
Passando perto de uma floricultura o rapaz ofertou para Rebeca um lindo buque de flores do campo.
Apaixonado olhou para o seu amor e disse:
Você deseja mudar de endereço?!


terça-feira, 10 de maio de 2022

Histórias Em 77 Palavras.


 

Desafio nº 272

Que tal um percurso obrigatório de palavras? 

Aqui está ele, a ordem tem de ser respeitada e as palavras não podem ser alteradas.

 

PALMEIRA – NORTE – FECHADURA – IMAGEM – CINTO – ESPANTADO 


Aquele vulto atrás da PALMEIRA era de meter medo.

Corria um boato que um maníaco, vindo do NORTE, andava assustando os moradores.

Olhou pela FECHADURA e a IMAGEM daquela criatura a fez tremer de pavor.

Já se fazia tarde e lá estava ela, deitada no sofá da sala, adormecida. 

Chuva caía impiedosa.

Porta da sala se abriu...

Animal entrou. 

Carregava velho CINTO no focinho.

ESPANTADO, o cão, lambeu rosto de sua dona.

Ela, do pesadelo, finalmente, acordou.


sábado, 7 de maio de 2022

Botando a cabeça pra "funcionar"


 
Que saudades do tempo em que as meias ficavam penduradas no varal. 
Filhos bateram asas. O que posso fazer, de agora em diante, é orientar o voo. 

Esta é a minha participação no
Botando a Cabeça Prá Funcionar da Chica, AQUI

Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era sua profissão. Ela hesitou, sem saber como se classificar.

– O que eu pergunto é se tem algum trabalho, insistiu o funcionário.

– Claro que tenho um trabalho, exclamou Ana. Sou mãe, disse.

– Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

– Qual é a sua ocupação, perguntou.

Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:

– Sou Doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, falei à funcionária.

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

– Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse: o que faz exatamente?

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:

– Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24).

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta. Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 5. Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento – um bebê de 6 meses – testando uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante!

Maternidade… Que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas doutora-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas, as bisavós doutora-executiva-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas e as tias doutora-assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as  mães,  doutoras na arte de fazer a vida melhor!