sexta-feira, 13 de maio de 2022
Uma Imagem- Um Conto- Maio
terça-feira, 10 de maio de 2022
Histórias Em 77 Palavras.
Desafio nº 272
Que tal um percurso obrigatório de palavras?
Aqui está ele, a ordem tem de ser respeitada e as palavras não podem ser alteradas.
PALMEIRA – NORTE – FECHADURA – IMAGEM – CINTO – ESPANTADO
Aquele vulto atrás da PALMEIRA era de meter medo.
Corria um boato que um maníaco, vindo do NORTE, andava assustando os moradores.
Olhou pela FECHADURA e a IMAGEM daquela criatura a fez tremer de pavor.
Já se fazia tarde e lá estava ela, deitada no sofá da sala, adormecida.
Chuva caía impiedosa.
Porta da sala se abriu...
Animal entrou.
Carregava velho CINTO no focinho.
ESPANTADO, o cão, lambeu rosto de sua dona.
Ela, do pesadelo, finalmente, acordou.
sábado, 7 de maio de 2022
Botando a cabeça pra "funcionar"
Botando a Cabeça Prá Funcionar da Chica, AQUI
Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era sua profissão. Ela hesitou, sem saber como se classificar.
– O que eu pergunto é se tem algum trabalho, insistiu o funcionário.
– Claro que tenho um trabalho, exclamou Ana. Sou mãe, disse.
– Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.
Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.
– Qual é a sua ocupação, perguntou.
Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:
– Sou Doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, falei à funcionária.
A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
– Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse: o que faz exatamente?
Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:
– Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24).
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta. Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 5. Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento – um bebê de 6 meses – testando uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante!
Maternidade… Que carreira gloriosa!
Assim, as avós deviam ser chamadas doutora-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas, as bisavós doutora-executiva-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas e as tias doutora-assistente.
Uma homenagem carinhosa a todas as mães, doutoras na arte de fazer a vida melhor!